A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

A que mundo pertenço?


Até que ponto pode-se considera alguém louco? Louco pelo seu estado emocional ou louco pelo seu existencial? Nada que pudesse me dizer o contrário tentaria mudar as dúvidas e consertar as incertezas de uma vida, transformar o medo em possibilidade de viver e ao menos embebedar-se com o sabor do ar puro e talvez reconfortante.
O que me faz ser diferente dos loucos? Pela minha ‘capacidade’ de organizar idéias, de agrupar desejos, de ser complacentes com as atitudes ou ainda ser ‘igual’ a todo mundo? Gostaria que todas as minhas atitudes ‘adultas’ fossem como as das crianças: sinceras, puras, inocentes, inteligentes, verdadeiras. Não quero dizer que não sou assim, mas que fossem mais reais e menos emocionais.
Não sei como é o comportamento de uma pessoa ‘louca’, percebo que há maneiras diferentes, estranhas e que os outros seres não aceitam e reprimem com medicamentos e isolamento dessa gente igual a mim e a você.
Talvez nós sejamos os loucos e eles estejam certos em guiar-se para o seu mundo afugentando da loucura desse mundo que enlouquece todos os dias. Quem sabe, talvez, nós estejamos certos e eles errados que viver nessa loucura traz emoção pérfida e transparente envenenando o nosso ser e afundando o que resta de esperança.

A lamúria do cansaço

Lamento a cada momento se não o vivi como se deveria, ou apenas seria mais dedicado. Bate o cansaço e não entendo o porquê disso. O que sei é que o sentimento nesta hora é de desgaste. O lado emocional esta se esvaindo, as forças já estão fracas e não consigo me sustentar em pé. Estou cansada! É o que posso dizer agora. Cansei de tudo que faço. De tudo que leio, de tudo que escrevo, de tudo. Até de mim... As lágrimas já não resistem mais.
Cansei de mim, de acreditar, de lutar, de respirar, de tentar controlar toda raiva, todo pesar sobre mim, além de que tentando afastar o passado vem o próprio presente para me atormentar. Já não sinto uma alegria verdadeira. Pressão! Não penso, não durmo, não... E não alimento o meu ego, esqueço do que gostaria de fazer, e odeio o que não posso conseguir.
Agora, lamento; não sei mais o que sentir, não sei mais por onde caminhar; o tempo passa e continuo na mesma sem fazer nada do que deveria e do não estar construindo o sonho que aos poucos dou forma. Estou só, deprimida, cansada e desesperançada pela mudança que agora não creio que há para mim, ontem eu queria, hoje desisto! Estou cansada! Volto a repetir.
O sorriso já não e mais contente, já desfaleceu por tudo que está acontecendo em favor da minha queda. Outro dia ouvi que sou conquistadora. Até agora conquistei nada e meus esforços... Que esforços? Nada fiz... Lamento ou choro? Não sei. Estou vivendo e acalmando o coração sofrido e a mente confusa. Desejos desfeitos e vontades acabadas. As coisas acontecem para me derrubar e parece que está conseguindo. O que me resta é esperar. Talvez lute. Talvez amanhã esteja melhor. Por que agora estou inerte e não respondo aos estímulos naturais desta vida. Quero viver, mas não assim.