A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

A Taverna das Ilustres Memórias

Muito do que se pode ouvir está longe do nosso alcance por uma infinidade de razões que não podemos compreender. E estando assim, alheio a quaisquer desventuras que ocorra, nada inclui na vida de quem deseja recriar. Seguindo para uma Taverna longe de seus princípios básicos Ulrich convida sua amiga Amelia para uma conversar e discutir o que realmente a vida tem a mostrar; ainda.

E chegando ao local sombrio, por sua própria escuridão de esperança, eles seguiram para uma mesa. Era frio e congelante aquele fim de tarde, os pássaros já procuravam o seu ninho, as folhas ainda caíam por sua natureza, era setembro, tempo de mudanças, e muitos que buscavam boas risadas e saber da vida alheia estavam nesta Taverna escura e cheia de amargura por quem costumava visitar ou simplesmente provar do melhor hidromel da região. Muitos já foram vistos ali, cavaleiros do alto escalão de grandes reinos próximos a Avalon, príncipes disfarçados, monges que após grande período de reclusão batia o seu ponto para refrescar suas mentes e muitos outros lordes, nobres e simples pessoas que tentavam encontrar uma felicidade na vida e às vezes apareciam para afogar suas mágoas.

Ao longo dos tempos a Taverna sobreviveu aos perigos das mudanças de lideranças que queriam expandir suas fronteiras, Avalon já não existe mais, no entanto, preserva suas características de um vilarejo tranqüilo e amoroso de grandes pessoas e por ser um local para as lembranças.

Ulrich chama a taberneira e pede a grande especialidade da casa: o famoso hidromel. Amelia, ainda atormentada pela carga emocional que possui o local, confessa o seu medo e aflição não só por estar ali como pela vida que tem.

- Olhe! Veja aqueles lordes que está logo ali naquela mesa, o que te faz pensar meu caro amigo que eles estão felizes ou comemorando algo de bom de acordo com suas esbravações sonoras? Sem qualquer receio em responder a jovem moça Ulrich responde.

- Não vês que eles apenas sorriem pelo o que estão consumindo, não há nada ali que mereça destaque de ser um modelo para você. Pobres homens! Enquanto estão aqui para tentar chamar atenção de quem freqüenta como será que estão seus pensamentos agora? O que será que está acontecendo na sua vida para fazer tal coisa? Será que existe alguém por quem lutar?

Aquele fim de tarde renderia muito daqueles dois jovens que provavam da bebida e questionavam as atitudes dos outros. Estava bastante frio, o sol já não aquecia como antes, era fácil congelar-se por um propósito inusitado. Amélia, inconformada, inquietou-se e esbravejou para o seu amigo.

- Você meu amigo, tens por quem lutar? Intrigado, ele responde.

- Não!

Um breve silêncio toma conta da mesa. O canto dos pássaros desapareceu com a chegada da noite. Acabou o hidromel. A casa já começa a encher com os viajantes que passam a noite no vilarejo. Os dois jovens vão embora e Amelia fica impressionada com o lugar que nunca havia ido; gostou! Pela gentileza de um bom cavalheiro, Ulrich leva sua amiga para casa. Ao longo do caminho permaneceram calados, não retrucam nada além do cumprimento mais que formal.

- Bom, já está em casa. Boa noite!

E ele vai embora. Amelia adentra a sua casa. Seguindo para a sua, ele pára em frente ao imenso lago iluminado pela lua. A noite ainda é mais fria. Afinal, o questionamento ainda é o mesmo. Há por quem lutar? Talvez sim, talvez não. Para quem devo lutar nesta vida, será que existe alguém que mereça todo sacrifício? As dificuldades que possa haver durante o caminho é seguida em vão apenas para uma conquista pessoal e não para compartilhar todos os momentos.

6 Comentários:

Desculpa a demora pra comentar, hehehe. De certa forma me lembrei do livro "Noite na Taverna" ao ler esse conto, só que nele o final é trágico e no seu é retórico. Quem lê, reflete. Parabéns mais uma vez! Beijos!!!

 

Perfeito. Já que não sei escrever bonito, vou na maneira simples. Eu ficava pensando se havia por quem lutar... Eu encontrei a resposta, mas não lutei.

 

Caraca! Adorei esse novo template, ficou o bicho! :) Te adoro Pei, beijão :*

 

eu senti o clima medieval pesado. A literatura (da boa) está cheia de lugares como esse, né? Eu adoro cenários assim. Desculpa, mas eu me liguei mais ao ambiente mesmo, que foi perfeitamente descrito. Parabéns!

 

Eu não entendi foi nada UIASHDUIHASHDUHASUDUHIASUIHD

Amoo você Poii (L)

 

É um tanto estranha essa tal taverna, ao adentrar-la as mágoas governa os sentimentos dos humanos, o frio passa a tocá-los, a luz passa a não existir em um local onde não há esperança alguma. Será que o hidromel representa a “embriaguês” da dúvida se há ou não alguém realmente “doce” e amigável por quem devemos lutar?!
Essa pergunta deixou-me intrigado.
Há ou não alguém por quem devemos lutar? Bem... Acredito que sim. Quem será?! Devo refletir muito para encontrar a resposta para esta pergunta.
A atmosfera dos tempos remotos recriada pelo texto ficou bem fiel.
Bem... Senhorita Pei. Ler o texto foi como se tivesse sido teletransportado para algum ponto no tempo primitivo. Deixo aqui os meus parabéns por uma criação bem diferente das outras, logo acredito que sua criatividade não tem limites...

Beijos.

Marcos Costa