A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

Sensações


     É estranha a sensação de transcrever o que tenho observado e, principalmente, vivido. Acusações! Nossa, quantas acusações ouvi durante um breve espaço de tempo. Agressões. Vai entender.
Imagem: Welcome 2 my heart
      Tenho tentado compreender a natureza humana das pessoas que estão ao meu lado todos os dias. E sabe o que descobri? Nada. Absolutamente nada. E quem seria eu para dizer como é o ser humano? Se eu não me entendo, como eu posso entender o outro? O que sei é que estou, cada vez mais, desacreditada na bondade daqueles que deveriam ser “bondosos” comigo, ou os que estão ali para apoiar, afinal, são pessoas que te conhecem (ou não) desde que se entende por gente.
      Okay. Parei com meus questionamentos e fui ajudar a quem estava apanhando da vida. E eu consegui ajudar? Não, não posso ajudar alguém, se nem consigo fazer o mesmo por mim. É, sim.. É lamentável. É uma impotência incrível que consome o coração, a mente e te impede de fazer o mais simples gesto: “estou aqui”.
       Não adiante questionar. Não adianta querer mudar o mundo. Sabe de uma coisa? Cansei de ser a boazinha. Se der voz àquilo que sempre foi especulado de vós, talvez, valha a pena, neste momento. Seja impessoal e busque ajudar quem você quiser. Sem culpa. Sem remorso. E, claro, sem buscar se mostrar para alguém.
      Sabe qual foi meu erro? Ficar calada e não agir. Mas sabe que não me arrependo... Foi assim que descobri quem são as pessoas que estão ao meu lado: estando calada. Foram tantas revelações que cheguei a pensar que o ser humano é uma espécie sem destino. Porém, algumas poucas atitudes me fizeram mudar. Ainda bem! Lembro que alguém chegou a me dizer: “Não deixe de acreditar no ser humano, dê-lhe uma chance para te mostrar que ninguém é igual”. Busquei neste conselho ver se é verdade. E é! Ainda bem que não havia me trancado no meu mundo paralelo, obscuro e cansado de sofrer.
    Pois bem, muita coisa mudou: ora para bom, ora para ruim. E quem liga? Estou cansada mesmo. É como se os conflitos me adorassem. Por mais que eu tente fugir disso, consegue me atrair. “Eu vou ali”, como sempre digo. Dar às costas e viver!

Revista Rock Meeting nº 29