A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

Estar acompanhada e se sentir sozinha



Você passa boa parte da sua vida fazendo escolhas e uma delas é ficar sozinha. Mas não por medo de que alguma coisa aconteça, não por sentir medo do outro, apenas por uma simples decisão de ver tudo de longe e não se envolver muito com o mundo.

Certo momento é possível sentir a necessidade de sair da solidão e buscar uma companhia, mas logo esse desejo vai embora.

Até que chega um dia que essa solidão te deixa e começa a viver coisas que sempre quis ter vivido. Por um determinado tempo, o que vem acontecendo, parece que ter sido sob encomenda, parece um sonho. Tão logo estou vendo o pesadelo que é.

Não imagino que seja apenas uma fase, espero estar enganada. Mas nada me faz pensar do contrário. O que era um momento de alegria está se tornando um tormento. O mar de flores se foi e agora vem a tempestade de espinhos.

O tempo de maravilhas me fez mostrar o que é uma ideia pode se tornar real, me sentir viva e ter a convicção que deixei de existir para viver de verdade. Acho que agora é o viver de verdade, presumo.

Estar acompanhada era uma vontade antiga, de muitas pessoas até. Mas aquela sensação de estar numa multidão e se sentir sozinha voltam novamente. Difícil descrever como é isso, porém é terrível, doloroso e que só faz reviver um passado que deveria continuar no seu lugar.

Como uma pessoa pode mudar tanto da água para o vinho tão facilmente? O que era presente se torna distante? O que falava e agora fica em silêncio? Qual o caminho para tudo isso?

Confusa, triste, sozinha, desfalecida pelo o que tanto quis sentir. Não há outro jeito a não ser deixar tudo para lá e recomeçar.

Estou enfraquecida, de verdade. Essa pancada foi forte demais para me levantar, mas nem tudo é para sempre e tudo passa.

“Eu quero me esvaziar das dores e desilusões, (...) da prisão do passado”, quero me sentir livre novamente, quero só viver sem muitas pedras pelo caminho.

Voltarei ao meu lugar mais gélido porque lá estou segura. E minha solidão me conforta e me protege. E sei que ela não vai me decepcionar. 

Rock Meeting Nº 82

A solidão é um bálsamo

Eu não sei bem o que estou sentindo. Os últimos dias tenho me desapontado tanto com as pessoas que me faz ficar incrédula.  Não acreditar mais no ser humano, pelo menos os que estão ao meu redor.

Eu não sei se me fechei ou se realmente tudo isso aconteceu. Minha cabeça dói, gira tanto e não consigo pensar noutra coisa a não ser no que acho que estão fazendo comigo.

Desde o dia que saí do meu mundo, este que vivemos tem me deixado muito triste, tem me feito repensar muitas coisas e acreditar que ficar sozinha é o melhor caminho. Uns têm a sorte de estar bem acompanhado, outros como eu, não. Não sei bem se isso tem a ver com sorte, mas a solidão é um bálsamo.

Tenho pensado em tantas coisas e não tenho outro assunto a não ser desistir. Desistir para começar de novo ou não. Mudar sim. Mudar para viver melhor, sem pensamentos que afogam minhas forças e inibem minhas ações.

Não costumo fazer o tipo de agradar a todo mundo, não faço questão alguma. Na verdade, minha frieza me protege. Porém minha proteção está acabando e preciso voltar para o meu lugar.

Tudo não passou de aventura. E eu achei que estava vivendo, sendo feliz. Porque felicidade não é igual aos filmes que são só sorrisos. Estava tudo dando certo, em todas as áreas, difícil até de acreditar. Repentinamente começou a mudar. Mudar é a palavra.

Eu devo ser muito paciente para aguentar calada ou tola o bastante para aceitar e não agir conforme manda a minha razão. É, observando bem, tenho agido com a emoção. Pensando melhor, esta não sou eu. Tenho sido guiada pela emoção e isso nunca me aconteceu. Preciso voltar à razão e colocar os trilhos no lugar.

Não sei se demora, mas vou procurar o melhor para mim e parar de ficar pensando e consumindo minha paz. Preciso de paz. Paz de espírito, paz no meu caminhar. Preciso largar as coisas que não acrescentam em nada à minha vida.

Preciso aprender a ser mais razão e menos emoção. Espero conseguir o mais breve possível para dormir, acordar, trabalhar e voltar para casa sem pensar em coisas que não valem à pena. Que assim seja!

Rock Meeting Nº 81