A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

As palavras que não trazem paz

Fonte: Psychological Science

Outro dia escutei que as palavras não trazem paz. Isso me deixou pensativa. Já tinha ouvido certas coisas que me deixaram bastante impressionada, mas nada como isso. Eu tento lembrar se em alguma situação da minha vida algo parecido foi dito. Entendo que num momento de perda as palavras não são suficientes para confortar essa dor. Por mais que as pessoas tentem consolar, nada é possível. Mas as palavras que não te dão paz... Essas, realmente, não tenho como imaginar.

Diante da circunstância em que a frase foi dita, entendo completamente como seria isso, por mais que eu não sinta da mesma forma. Como nasceu? Decepção profunda de quem você chama de amigo.
Nas minhas três décadas vividas, amizade sempre foi fundamental. É aquela irmã que escolhemos durante a vida, onde dividimos as tristezas e alegrias, multiplicamos as experiências, somamos confidências e vamos subtraindo as diferenças em prol de algo muito maior, o que nos une. 

Encontramos no outro um aporte bem seguro, onde podemos nos apoiar nas adversidades e pensar nas alternativas de enfrentar esses obstáculos. Aquela mão estendida quando você cai, aquele conselho, aquelas risadas, aquelas boas memórias. 

Amizade é segurança. É conforto. É preenchimento de uma lacuna. Não consigo imaginar menos que tudo isso que já escrevi. Entregamos a chave da porta da nossa vida para alguém.

Mas quem nunca passou por uma decepção? E em diversos âmbitos, é claro. Mas nenhuma delas é tão dolorosa quanto a por um amigo. Refletindo melhor sobre, realmente não há palavras que tragam paz quando se está ferido.

O coração sente, a cabeça não pensa, é uma raiva latente, um desejo de sumir. Só quem já passou por isso entende muito bem. 

Sempre fica a pergunta, que dificilmente terá uma resposta plausível: por quê?

A gente se questiona, mas não encontra nada que justifique, tenta lembrar de alguma situação, porém não vem nada. 

A verdade é que a gente se doa tanto, faz o que faz, não para ser reconhecido pelo ‘mérito’, mas que haja, ao menos, gratidão. 

Eu aprendi que devemos agradecer sempre, todos os dias. E quando um amigo vem e faz qualquer coisa por mim, sem mensurar tamanho, quantidade, volume disso, faço total questão de dizer ‘obrigada’. Não apenas por educação, por ser meu amigo. Não! Precisamos ser gratos.

Gratidão não é servidão. É reconhecimento de que o outro está se doando para te fazer feliz, para compartilhar algo, para resolver seus problemas, te ajudar no que for preciso.

Agora, acredito, que consigo entender, mas não sentir, de verdade, o impacto de que palavras não trazem paz... Um elo partido dificilmente é refeito. A dor é imensa. É como estivesse quebrando por dentro, abrindo uma rachadura.

Não sei como sanar isso, de verdade. Só o tempo dirá.

Ser diferente

Fonte: www.algonomic.com


Escrevendo para um grupo de amigos, respondendo uma de suas questões, me dei conta do quanto eu reneguei eu mesma, numa determinada situação. Daí, ouvindo algumas músicas que me lembram o passado, me dei conta também de que fiz as escolhas certas para aquele momento. Eu poderia ter sido uma pessoa ‘bem louca’ diante daquela realidade que estava e hoje dar uma de falsa moralista e condenar as atitudes do presente, tentando apagar o meu passado. Mas não sou essa pessoa.

Observando tudo o que já fiz, eu sei que passei ilesa de muitas das loucuras que a idade lhe diz para fazer. A idade não, as amizades. Que bem sabemos que, pela imaturidade, pela necessidade de fazer parte de algum grupo, você se submete a fazer certas coisas que te dizem ou você vê que os demais fazem. Eu não fiz.

Eu posso não ter muita história para contar desse período, por eu ter escolhido tomar minhas próprias decisões sem interferência de outrem. Fiz, faria de novo, não me arrependo. As minhas histórias de verdade ainda estou escrevendo.

A cada decisão que tomei, não tenho nenhum arrependimento. Eu não deixei de viver, como muitos podem pensar. Eu fui construir algo para mim e continuo construindo, porque eu não me contento, eu tenho ambições e são altas.

Eu olho e vejo meus contemporâneos. Observando de um modo bem superficial, eu sei que saí na frente. Não, não era uma corrida, uma disputa, mas sei que minhas decisões foram acertadas e percebo que essas personas hoje não estão onde poderiam estar, algumas caminharam pouco, outras estão como deveriam estar e outras simplesmente estagnaram, ficaram presas no passado achando que sua cabeça está no futuro.

Escrevo estas palavras ouvindo as músicas da minha adolescência e me traz boas lembranças. Engraçadas muitas delas. Lembrança até do meu primeiro beijo, da vergonha desse dia. Da escola, das várias gargalhadas que dei. Eu era um gelo em pessoa nesse período. Hoje, depois de tantas coisas que passei, estou aquecida, até mais amolecida do que deveria. O tempo muda e eu não poderia continuar do mesmo jeito. A diferença é que hoje sou mais consciente do que ontem e assim busco ser sempre. Tomar as decisões com racionalidade sem a interferência da emoção. Como acredito que tem que ser.

Por hora, continuo a construir e ver o que posso deixar como exemplo das minhas próprias ações. Espero conseguir. E me lembrar sempre de que nunca fui essa pessoa igual as demais. Nunca quis o que as pessoas comuns queriam. Eu sempre quis mais e vou continuar sendo assim, diferente aos olhos dos comuns.

Revista Rock Meeting Nº 110

O que realmente importa



Foto: Jibennett

2018 tem sido um ano interessante para testar muitas coisas, aconselhar a quem precisa e viver algo novo. Conheci novas caras, aproximei as antigas e me afastei de outras, com qual objetivo? Só queremos ter o melhor agora. Não se trata de quantidade, mas de qualidade.

Naturalmente me afastei do que eu achava que já não era bom pra mim, para não dizer que não havia nada que pudesse devolver, afinal é uma troca, relações são trocas constantes.

Este ano eu aprendi a olhar mais para a economia, algo que eu já gostava e resolvi aproximar. Fazendo uma analogia com a vida, eu fiz algumas apostas, mas ainda não obtive retorno. As notícias que tive dessas apostas não foram nada satisfatórias. Sinto que apostei demais onde não deveria e, principalmente, parte deles, já havia dado sinal de que não era para investir. Fui teimosa!

Eu não deveria me importar tanto, mas me abalou bastante. Por quê? Eu realmente não sei bem dizer o que está acontecendo, mas sei que volta sempre pra mim. Volta todo um questionamento se há algo de errado comigo, se eu isso e aquilo... Se sou apenas parte de algum modo fantasioso... É só isso que penso.

Paro, me afasto e reflito, tento ver tudo de longe. Tento compreender o que realmente está acontecendo comigo, mas sabe o que realmente me deixa inquieta? É que desejo conversar, falar sobre isso e não encontro uma alma próxima. Tem hora que nem acho ruim, porque sei que não me entenderiam, mas quando precisam estou eu lá, pronta. Meus confidentes moram tão longe, nem sempre estão ‘próximos’ para ouvir minhas lamúrias e repetir para mim o que eu já havia dito  para eles lá atrás. Acho que não estou seguindo meus próprios conselhos lol.

Eu sempre falo que adorava ser como era, muito fria e que nada me abalava. Sinto saudades, é bem verdade, porém não posso voltar ao que era. Muita coisa mudou, eu mudei e por nenhum capricho devo ser o que fui, andar sempre pra frente.

No entanto, algo aconteceu e quero depois vir aqui ler e sentir a mesma coisa nestas palavras, necessariamente nesse parágrafo, de que me sinto mais livre para confidenciar meus percalços com alguém que eu desejaria ter ao meu lado, só não compreendia que ‘ao meu lado’ fosse o laço mais forte que existe, a amizade.

Um dia eu tive essa pessoa, mas a vida o levou. E ele mesmo estando distante, me ajudou muito mais do que as pessoas que estão ‘ao meu lado’ diariamente. ‘Life is a short trip’. Nunca vou esquecer dele.

Sempre aprendendo e buscando ser melhor. Meu momento agora é de estreitar ainda mais as amizades que tenho e sabe do que mais? Dane-se, vou viver!

Revista Rock Meeting Nº 109

Revista Rock Meeting Nº 108

Revista Rock Meeting Nº 107