Uma vez pensei comigo mesma:
poxa, será que tento novamente? Amigos mais íntimos me diziam o contrário.
Outros me impulsionavam devido ao meu estado de espírito. Era como se estivesse
começando tudo do zero. A diferença é que já sabia, ou não, o caminho.
Quando uma brecha se abriu, um
mundo surgiu e infinitas possibilidades junto com ele. A chance de poder fazer
tudo de novo de um modo diferente perpassava a mente. Tudo era mais nítido e
parecia infalível. Uma técnica de explosão e medo, sim, medo. Medo é bom para
dosar as atitudes.
Muito embora, quando se achava
que os planos sairiam do papel, eis que o inesperado acontece e tudo que fora
planejado caiu por terra. Repensar.
Palavras foram ditas, simples e
verdadeiras. Respondidas com alta dose de cautela. Daí, eu tive certeza de que
deveria ter tomado uma decisão lá atrás, muito lá atrás, antes de ter
arquitetado os planos que havia em mente.
Já estava conformada de não
olhar mais para trás, buscar novos caminhos e rumos. Conhecer o mundo! Já que
de meu mundo eu fui tirada, de um modo avassalador e sem chance de voltar.
A ordem era olhar para frente,
continuar a viver. Estava achando tão sincero e lindo que iria tomar meu rumo
com um sentimento nobre, com o coração leve e cheio de esperanças. Mas não durou muito tempo para a contemplação.
Em pouco tempo daquela conversa
regada de cautela, onde estava acreditando em tudo o que fora dito, fazendo jus
as palavras que foram proferidas, de um “ser tão diferente” dos demais, era
tudo uma simples película que foi facilmente tirada. É como se tivesse armado
de um personagem e, quando achou que havia conseguido o “objetivo”, revelou sua
verdadeira face.
A visão do “ser perfeito” caiu
por terra diante do que estava a minha frente. Fazia muito calor neste dia, em
pleno verão, mas todo o corpo congelou. Uma sensação gélida
esfriou o meu coração e mente, porém meus olhos ardiam de tanta raiva que
sentira. Passageira, ao menos. O que restou foi uma incredulidade absurda, um
sentimento horrível tomava conta. E um filme passou pela cabeça: por isso
tantos entraves e nada dava certo.
Tenho a consciência que deveria
ter feito isso faz tempo, de ter buscado meu rumo, mas acreditava... acredito
nas pessoas. No entanto, me deixei levar pelo “mais do mesmo” e cai naquele
conto da carochinha. Porque eu ainda acredito nas pessoas e espero não mudar
isso.
Eu sei. Eu sei que precisava
esquecer o passado de uma vez e voltar a viver a minha vida. Porém não
precisava ser assim. Queria ter uma bela imagem para guardar, para poder
recordar mais a frente, agora me restou o contrário, infelizmente. Não terei
boas memórias e elas devem estar guardadas lá no mais profundo lugar da memória,
porque estas coisas só servem para nos lembrar de não sermos tão ingênuas e
parar de confiar demais no que dizem, quando seus atos o contradizem.
Lamento, de verdade, pois o que
havia era tão bom, agora não existe mais nada. Só formalidades das mais secas,
frias, ríspidas e sem qualquer resquício de sentimento.
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