Algo que começou do nada poderia
dar certo? Não se pode prever. Mas as experiências sempre estão aí para provar
do contrário. É impressionante o quanto o medo rege toda e qualquer ação com
base no passado. Hoje tenho medo sim!
O medo vem diante do que fora
vivenciado, aquela oportunidade que você agarra depois de tanto tempo pensando,
idealizando, imaginando como seria. O deixar acontecer sem ter a hipótese do ‘se’.
O ‘se’ não existiu. ‘Uma chance’ era o que estava em voga, afinal, não havia
nada mesmo e o que custa tentar, não é?
Tentar é uma via de mão dupla.
Para o bem e para o mal. É indecifrável. A vida é assim, até te dá algumas
pistas, mas você não enxerga. Enfim!
Acabou mais uma tentativa de ‘dar
certo’. No começo estive firme, com os pés fincados no chão e, mais uma vez, deixei
o emocional tomar conta. Por quê?
É engraçado escrever sobre isso.
Observando bem, tive todas as dicas para deixar para trás esta ‘oportunidade’,
estavam diante dos meus olhos e não vi. Tentei viabilizar chances para não
dizer que fui intransigente e não lutei. Foi meu erro.
A sensação de deixar ir é muito
dolorosa. Era o desejo da razão, mas o coração não estava em comum acordo.
Quando pensava nessa possibilidade, uma dor me consumia, difícil de explicar.
Mas já estava exausta e pensar demais não estava nos planos.
Outra coisa, nunca permita o ato
de desconfiar. Passa o mundo pela cabeça e comprovar os pensamentos é muito
pior.
O silêncio esteve entre nós. Um
silêncio ensurdecedor, irritante e preocupante, onde suas principais dores se
comprovam. E assim foi. No dia que o fim chegou, um vazio tomou conta e a
cabeça já não funcionava como deveria.
Houve tempo de chorar, colocar as
lamúrias e desilusões para fora. Fortaleci. Mas a verdade veio à tona. A
verdade era aquilo que estava vagando pelos pensamentos. A tristeza profunda
deu lugar à raiva. E esse sentimento foi preenchendo todo o meu coração e
razão.
Ainda tenho raiva sim. Mas a
raiva me ajuda muito mais do que a tristeza. A raiva é uma força motriz que
revigora e me faz querer continuar. Claro que não toma conta de mim, mas alerta
meus sentidos para que não caia de novo, porque o passado adora dar sinal de
vida.
Não vou mentir para mim mesma que
o passado não me atinge, porque atinge sim. Está sendo difícil, pois esse
passado nunca esteve tão próximo, mas há de mudar. Tudo passa. E é nessa
esperança que busco forças.
É estranho recomeçar. Recomeçar é
a chance de fazer diferente, de buscar tudo de novo de outro modo, mas assusta.
Recomeçar pode ser desgastante e não se tem a paciência devida. Ainda bem que
não acabou!
Vamos lá, recomeçar. Voltar tudo
do início e tentar. Uma hora chega. É preciso tentar. E o fim chegou. Vamos
virar a página e escrever novas histórias, afinal tudo é experiência.
Infelizmente, saio de uma relação sem ter tirado algo de bom!