A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

Meus ditos. Parte VI

Não gostaria de dar um fim sem deixar os meus últimos lamentos da vida injusta que tive, deixei de criar coisas belas e satisfazer a todos sem esquecer de mim, mas não foi isso que fiz... Era com uma rajada de ventos impetuosos, fez-me temer tudo o que via e desconfiar até da minha sombra, pois nela estariam os meus maiores medos no qual não queria viver as críticas, as falácias, a inveja alheia toma conta do que eu achava “justo”. Na verdade eu tinha em mim uma verdade que buscava, hoje já sei que não é bem assim e tento criar um mundo que não existe na tentativa de esquecer os meus mais íntimos sonhos, já não crio vínculos para não enganar os meus anseios e virtudes... A minha reação daqui por diante não terá cabimento nem ao menos uma separação dos fatos, tentou caminhar e não consegui, irei desisti a parti deste ponto que me incomodou durante todos esses anos, portanto, não tenho motivos de continuar aqui sem razão alguma para sustentar os meus indícios de melhora na minha revoltada vida... Vejo o horizonte e percebo a luz que me chama, vou segui-la e após tudo que irei ver contarei na entrelinhas dos meus ditos.

Meus ditos. Parte V

As atitudes da vida conspiram com as minhas, perco as forças ao debater, ao mostra seu erro, não bastou acordar de um sonho irreal, os ataques ao meu pensamento deu-se início. Preocupo-me com os que estão ao meu lado, os inocentes e até mesmo os culpados, sei que não tenho nada a perder, mas a dor seria tão forte que nem a possuidora suportaria tamanha aflição... O desejo seria inútil perto do real, à discórdia se transformaria numa tragédia, SOCORRO!!! Estou sufocada com os meus ideais, pensamentos me perturbam, caio no chão... Foi como um “flash back” tudo vi, tudo passei, não!!! Não quero viver de novo, temo as represálias, temo até a mim... Perdoa-me, fui fraca nos momentos que exigiam de mim força, fui ofendida nos princípios que acreditava, acho que chegou o meu fim... Adeus mundo, adeus pessoas, adeus a mim...

Meus ditos. Parte IV

Para frasear todo o meu lamento desfaço das minhas vontades e discordo das minhas próprias críticas, vejo no horizonte um lugar de tranqüilidade que estou buscando a cada momento de perturbação dos meus sentidos, se bem que deixei de “viver” para lutar por algo inútil, me faz sofrer até agora, não tenho noção dos passos que darei no futuro muito menos do meu ser irreal... O destino me pregou peças de ironia, menosprezou tudo o que eu já tinha feito por “ele”, na verdade nada fiz direito e o que colho hoje foi fruto do que plantei antes e não posso, agora, me arrepender... O passado me persegue de maneira tal que me isola nos piores lugares que nenhum outro ser poderia viver, tamanha é sua irracionalidade e banalidade por mim... Perdi-me pelos becos escuros à procura da luz, na necessidade de criar um vínculo comigo e assim poder sobreviver aos bombardeios do meu medo... Em vista, tenho uma posição quanto a minha condição, sei que não poderei sair da atual realidade, mas tenho a certeza de conquistar, de buscar o meu espaço... Diante do ímpeto dos fatos, o real, para mim, virou fantasia, lenda, um conto; nada mais posso fazer para reverter todo esse processo de reversão da minha personalidade que agora tem novas faces, não que a tenha mudado, mas o “sistema” transformou alguém passivo em deprimido... Adiantaria a repressão do meu instinto? Só trouxe um mundo estranho e repleto de indecisões confusas; estou sempre rastejando pelos cantos na sorte de encontrar abrigo, morada, tranqüilidade e tenho achado a pior das formas: a solidão...

Meus ditos. Parte III

Aos meus lamentos devo a minha obediência, crio um imaginário real dentro do meu universo finito, a imagem do crítico afeta o meu percurso tornando-o estranho, confuso, impermealibizado pelas estruturas do acaso... Procuro um abrigo e só encontrei lugares de virtudes transviadas, lugares de objetos sem fundamentos, lugar de indecisão, tudo para confundir a minha mente insana que transpassou por meio da minha própria atitude... Finjo estar num campo verde, ouvindo o som dos ventos tocarem a minh’alma, caminhando pela claridade do que já não vejo, luto por algo velho, deixo as minhas virtudes caírem junto com a minha desfalecida vontade de viver, eu mesma não sei voltar ao ponto que dei início a tudo que vi, a vingança seria a perda de tempo, o furor dos fatos estragam o que há de mais lindo em mim... A minha vida depende das forças que nutrem o medo que sinto, a minha percepção me engana, destrói o meu lado racional, o lado com o qual não me sustentaria até agora, adeus aos meus íntimos sentimentos pobres, adeus às mentiras que acreditei adeus a mim... Alimento o meu anseio com a divina comédia de crer em tudo que tenho em mãos... Foi o bastante, vejo uma luz, esta que foge de mim, motivo pelo qual desconheço, interrompi tudo, não quero mais nada, só quero um momento comigo mesma, confie, não farei mal a minha vida, pois quem irá passar a frente à revolta sentida, “o contentamento descontente”? Sei que ninguém manteria a minha estória em pé, acharia como um conto, apenas ilusões de quem a criou... Assim darei o meu testemunho das “viagens” que fiz ao longo do pensamento obscuro, na tentativa de “clareá-lo”...

Meus ditos. Parte II

Sei que nada tenho a perder se não buscar pelo que tanto luto, de nada vale se eu não argumentar a minha dor com alguém mesmo não entendendo a situação... Estive pensando em vários momentos que vivi, percebo coisas fúteis, irreais ao meu mundo, vivi uma ilusão dentro do meu próprio espaço, este que perdi para mim mesma... Desconheço todos os atos e atitudes tomadas, muitas sem cautela, sem racionalismo, deixei me influenciar pelas idiotices que me acompanharam durante dias e hoje já não sei sobre-sair dos meus passos... Determinar algo para mim é difícil, pior ainda quando mudança é tardia e vejo, sem meus olhos, um mundo de alegrias, sorrisos, felicidades aos quais usufrui com fervor, agora que os uso fiquei cega, eu e meus pensamentos funestos, sem lógica... Meu mundo é desfalecido pelas falas alheias, falácias e uma conturbada vida de inveja e desespero... Não imagino ter uma volta, pois tudo que eu vi não existe mais, perdi o bom senso do real e do “tocável”, irei caminhar até onde posso, meus pés já param por não agüentar tanta tristeza e mágoa... Até onde irei? Fica aí uma questão a ser resolvida, basta querer resolvê-la, mas eu não farei isso, tenho medo...