A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

Revista Rock Meeting Nº 39

Revista Rock Meeting Nº 38

Pensamentos que sufocam


       De repente acontece uma determinada situação e você fica a pensa por dias. Já se viu numa situação assim, né? Quem não?
        De repente o mundo cai sobre sua cabeça e não tem a mínima ideia do que fazer. Tantas informações, tantos fatos novos que fica difícil tomar alguma atitude e enfrentar o problema de frente. Ao invés de buscar uma solução, uns, como eu, procuram o seu lugar, ficam dentro de sua bolha, do seu mundo, se fecham, e veem o mundo a partir daquela perspectiva... longe e “livre” de qualquer intervenção que possa existir.
        Mas é chegado um tempo que, de tanto observar o que acontece e pensar sobre o assunto e de como agir a respeito, os pensamentos chegam num ponto de sufocamento, como se você não estivesse mais suportando guardar aquilo e precisa tirar tudo do coração.
      Não obstante deste anseio, o medo de criar alguma reação adversa toma conta e impossibilita uma atitude mais firme... Medo: sentimento que domina qualquer pessoa, petrifica as ações e impede o crescimento.
         Queria dar voz aos meus pensamentos e acabar com todo este tormento. É até difícil conversar sobre o que perpassa dentro da cabeça, difícil mesmo é ter coragem para chegar e falar tudo o que gostaria e esclarecer as dúvidas, que não são poucas.
         Cansei! Estou cansada destes pensamentos que me enlouquecem, que tiram o meu sono, que me afastam da vida real, que me deixam longe do mundo e fico dentro do meu próprio mundo.
          Não, não estou achando ruim me proteger dos problemas mundanos, só não queria que, o que penso, me perturbasse mais do que deveria. Enfim, enquanto não acho uma solução, continuo com estes pensamentos que embaralham mais a ideias do que ajudam a entender à natureza humana. Prefiro manter-me calada mais uma vez. 

Sentimentos confusos


          Até um dia desses estava tão bem com meus pensamentos no lugar, me preocupando com poucas coisas, aí veio um furacão de novidades para perturbar meus já loucos sentimentos. Já não queria me preocupar tanto, os meus problemas já são suficientes, porém tudo chega de uma vez para tentar testar sua capacidade de resolução.
         Distante dos problemas “naturais” aos quais todos estão prevenidos, de algum modo, como família, uma topada ou qualquer coisa assim, o ruim é quando a surpresa é do lado que você acredita que está consolidado, não há o que resolver, está certo, tudo “preto no branco”.
          No entanto, deparo-me com situações das quais nunca vivi e foi/está sendo um choque. Desde que ocorreu não paro de pensar sobre, não consigo acreditar, só faço ligações, cruzamentos, linhas, palpito, investigo... E nada, não tem sido fácil compreender.
         Apesar de tudo, esta sendo difícil compreender cada situação. Não sei por quais motivos isso chega até mim, mas as dúvidas do passado/presente parecem que resolveram ter respostas.
Penso que era melhor ter ficado na minha, mas eu estava na minha, o problema é que chegou até mim. Ninguém procura problema, num é mesmo? Mas este já era para ter sido resolvido. Já tinha dado um ponto final nele, e resolve aparecer assim e com novidade que não gostei de saber.
       Embora eu tenha procurado resolver pendências do passado, o meu medo está no presente. Passado é passado, fica lá no lugar dele, se um dia voltar, os ânimos vão estar mais calmos e poderá ser resolvido da melhor maneira. Mas e o presente? Este presente que você tanto evita, agora que você sabe que suas dúvidas tinham fundamento, como faz para resolver?
          Dei um tempo! Foi isso que fiz. Ainda estou preferindo assim. Preciso organizar minhas ideias e ver qual é o melhor caminho a seguir. Agora, prefiro me manter dentro de uma bolha, a observar tudo e tirar minhas próprias conclusões. É complicado ter que aceitar, ainda assim, são hipóteses que precisam ser tiradas a limpo.
          Eu não sei conviver no meio da mentira, das falácias, da conveniência. Preciso tirar estas dúvidas. Por hora, prefiro estar como estou... Pensando e dentro da minha bolha.
           

Revista Rock Meeting Nº 37

Revista Rock Meeting Nº36

Desamparo



             Eu gostaria de poder sentir mais alegria. Eu gostaria de poder comemorar as boas notícias, porque não são apenas notícias sobre si que podes se sentir feliz. Eu gostaria de não sentir o que sinto hoje e ser mais firme para encarar à realidade. Porém, tenho consciência que estou fazendo deste momento um fim do mundo. Entendo que pode ser uma atitude infantil da minha parte e, talvez, uma reação desesperada para fugir do que está para acontecer.
            Não estou sendo egoísta ou fraquejando no instante que devo ser mais forte para transmitir esta força, que pode emanar a partir de mim. É no momento de maior tristeza, em meio a tanta alegria, que estou afundada.
        Eu gostaria de abrir meu coração e tirar isto, é como se estivesse perdendo uma parte de mim. Não sei explicar direito, mas eu gostaria de sentir outra coisa.
            Sinto saudades desde o dia que recebi a notícia... Eu sei que não será tão longe assim. É tão perto, mas tão perto que se tornou longe esta distância que ficará de mim. O sentimento é que foi para o outro lado de mundo, que esquecerá a todos, e ficaremos aqui morrendo de saudades. Pronto falei!
            Eu posso estar sendo louca, mesquinha, dramática demais... mas sei lá, é estranho isso. Tudo isto é muito estranho. Acho que vou desistir deste sentimento para não me deixar impaciente, no entanto, nem tem como fugir dele agora, nem amanhã, nem depois, nem tampouco nos próximos dias...
         Mas sabe qual é? Sinto como se acontecesse de novo. Sinto como se o passado tivesse voltado. A diferença é que não houve um rompimento sem saber os motivos. Desta vez, fiquei sabendo do motivo no primeiro momento que aconteceu. Fiquei calada, encarei com alegria, mas meu coração rachou, eu sou pensava em distanciamento, em esquecimento, em lacunas vazias... só pensei no vazio que ficaria o meu interior.
           Este sentimento foi ficando mais forte, e cada vez mais forte. É uma alegria que me deixou desamparada. É até difícil entender, mas é bem como me sinto e vou me sentir nas próximas semanas. Vai mudar um pouco no decorrer dos dias, agora estou assim.
           Saiba que eu torço sim pela sua felicidade, e é o que mais desejo. É uma pessoa que merece ser feliz, merece buscar novos ares, merece porque é incrível, uma das poucas que já conheci e que deposito toda a minha confiança. Vai em paz. Conquiste. Viva. Conheça o mundo fora do seu mundo.  E sua amizade é muito importante para mim!

Revista Rock Meeting Nº 35

Como poder expressar a raiva?

              Sabe aqueles dias que parece que as pessoas ao seu lado tiraram o dia para aporrinhar sua paciência? A minha já estava andando numa corda bamba, uma hora ou outra iria cair. E o dia foi hoje. Nunca me senti tão isolada e ao mesmo tempo “de saco cheio” de tanta tolice ao redor, de tanta coisa que você avisa “olhe não faça isso”, “você não se lembra de que eu falei isso?”, “esqueceu o que eu falei?”, “o que foi o que eu disse?”... É meus conselhos não servem de nada.
             Eu só gostaria de pegar minhas coisas e sair por aí, andar sem ter hora para voltar, apenas desfrutando do dia, reordenar os pensamentos e tentar se encontrar novamente. Esquecer, esquecer o meu mundo, que deveria ser o melhor lugar para mim, e passar a viver no mundo real... E o meu mundo é tão fantasioso assim?
               Não, não é. É tão real que as situações mais ridículas acontecem. É, acho que sou a ovelha negra da família. Por tudo eu acho ruim, mas pense comigo: se você avisa que isso e aquilo estão errados e você tenta apontar, por que, ainda assim, acha ruim e ainda é tida como a chata, a implicante, a abusada?
            Eu prefiro ser esta que sempre reclama àquela que se cala diante das situações. É concordar demais com o erro. É ser tola demais, é fechar os olhos e fingir que tudo está bem. Eu prefiro ser assim a ser falsa, do que ser aquela pessoa que tenta sobressair às custas dos outros.
            Eu preferiria estar bem longe, mas bem longe e ver que estava certa. Mas prefiro estar bem longe e esquecer. Estou sendo contraditória. Mas esta sou eu. Com acertos e muitos erros. Não sou perfeita. Não quero ser. Talvez, não quero nem tentar ser. Estou cansada de mim. Estou cansada de tudo. Estou cansada daqueles que eram para estar ao meu lado, mas são os primeiros a virarem às costas. E como poderei confiar? Não serei eu tão confiável assim?
          É duro saber das coisas por último. Sinto-me indigna de confiança. Diria que traída. Isso me machucou bastante.  Para piorar, veio pessoas, ou melhor, daquelas que você tanto protege, daquelas que você tanto ama, daquelas que você nem gosta de ver chorar que chora também. Eu era forte. Eu era fria. Hoje sou pedaços de um sentimento guardado durante uma vida. Hoje sou quem eu deveria ter sido em cada momento da minha vida.
         Todas as frustrações do passado se uniram para desfalecer as minhas forças, derrubar a minha muralha e me deixar à mercê do que tanto me protegi: o sofrimento. Quem sabe agora eu seja mais humana. Quem sabe agora eu acordei e estou vendo o mundo como ele é. Não sinto raiva, não sinto desprezo, sinto-me traída. Só isso. Traída.

Revista Rock Meeting #34


Diminuir





         A simples capacidade humana de julgar e querer se sobressair diante dos seus. Acho que estou fadada a conviver com esta situação incômoda, injusta e, principalmente, ver o quanto uma pessoa, que carrega teu sobrenome, ser tão pequena em atitude.
          Atitude. Será mesmo que o tem? Sempre questionei se tinha amor próprio, quanto mais atitude. Não. Nem ama, por que se importaria pelo outro, mesmo que este outro seja teu parente?
          E sabe o que mais? Não sei por que ainda me importo. Mas sabe por que ainda me importo? É que, diferente de mim, não faço as críticas na frente de pessoas que não tem nada a ver com o assunto. No calor do momento, o que você poderia responder numa situação dessas? Tantas coisas, não é verdade? Só não chamaria de “bunita”.
         Infelizmente, ou felizmente, não consigo responder de imediato. Não se isso é bom ou ruim. Ao menos não comparo com tamanho desrespeito.
          Eu não posso negar que é sangue do meu sangue, mas não é por isso que devo aceitar críticas tão desconstrutivas. Sabe do que mais? Tô pouco me lixando!!!
       Mas eu senti a situação. Não sou um gelo como eu gostaria de ser, ou como eu já fui. No entanto, me envergonhei diante de pessoas tão queridas, que compartilhara alegria, a chegar numa situação tão ridícula. A eles vão as sinceras desculpas. A pessoa do meu próprio sangue, cresça!

Revista Rock Meeting #33


Continuar


Imagem capturada da internet


       Chega um período da sua vida que o silêncio é o melhor remédio e o ato de se afastar virou prioridade. Mas acaba esbarrando numa pergunta constante: como?
        Você olha para o passado, verifica que as situações que te perturbavam não mudaram. O mais perturbador de tudo é saber o quanto uma pessoa te faz mal, mas quando ela se aproxima e te faz um agrado qualquer parece que toda aquela angústia de outrora sumiu. Foi só um paliativo.  Aí, fica a vaga pergunta: até quando viver assim? E se questiona: isso é realmente verdadeiro? Será mesmo que preciso viver desta forma? 
         Diante destas decepções, o melhor mesmo é fugir para o seu próprio mundo e abrigar-se diante de suas asas, ao menos você tem ciência que nada ali te machucará. Nada ali te porá dúvida. Nada ali vai te fazer sentir-se mal.
      Fatigada estou. Não sei por quanto tempo posso suportar. Até acho que isso não é normal, ou estou criando um mundo que não existe, de fato. São grandes lacunas que não conseguem se manter preenchidas por muito tempo. Talvez, esquecera que o outro tem vida assim como você e a dependência dele te perturba tanto que se esquece de viver a sua própria vida... Parece que tudo gira em torno de uma pessoa e que se ela nem fala contigo parece ser o fim do mundo.
     Engraçado disso tudo, é que o mínimo da manifestação do outro parece um insulto daqueles imperdoáveis. É, pode ser um exagero sentimental.. mas fazer o quê diante disso? Sabe-se lá o que é certo. O que não está correto é a forma como está sendo visto o mundo a partir do outro. Dá a entender que a sua vida é tão insignificante que é preciso o respaldo de outrem para fazer sentido.
       Tá, não é bem assim. Foi um tanto quanto exagerado ter dito isso. Mas de uma coisa é certo, não dá para viver pensando no que o outro vai achar. Lembre-se: você tem uma vida própria, independente. Uns vão e outros permanecem. É assim. Apego. Distração. Perdão. Até compreender isso vai continuar sofrendo.

Revista Rock Meeting Nº 32


Revista Rock Meeting #31


Revista Rock Meeting #30



Sensações


     É estranha a sensação de transcrever o que tenho observado e, principalmente, vivido. Acusações! Nossa, quantas acusações ouvi durante um breve espaço de tempo. Agressões. Vai entender.
Imagem: Welcome 2 my heart
      Tenho tentado compreender a natureza humana das pessoas que estão ao meu lado todos os dias. E sabe o que descobri? Nada. Absolutamente nada. E quem seria eu para dizer como é o ser humano? Se eu não me entendo, como eu posso entender o outro? O que sei é que estou, cada vez mais, desacreditada na bondade daqueles que deveriam ser “bondosos” comigo, ou os que estão ali para apoiar, afinal, são pessoas que te conhecem (ou não) desde que se entende por gente.
      Okay. Parei com meus questionamentos e fui ajudar a quem estava apanhando da vida. E eu consegui ajudar? Não, não posso ajudar alguém, se nem consigo fazer o mesmo por mim. É, sim.. É lamentável. É uma impotência incrível que consome o coração, a mente e te impede de fazer o mais simples gesto: “estou aqui”.
       Não adiante questionar. Não adianta querer mudar o mundo. Sabe de uma coisa? Cansei de ser a boazinha. Se der voz àquilo que sempre foi especulado de vós, talvez, valha a pena, neste momento. Seja impessoal e busque ajudar quem você quiser. Sem culpa. Sem remorso. E, claro, sem buscar se mostrar para alguém.
      Sabe qual foi meu erro? Ficar calada e não agir. Mas sabe que não me arrependo... Foi assim que descobri quem são as pessoas que estão ao meu lado: estando calada. Foram tantas revelações que cheguei a pensar que o ser humano é uma espécie sem destino. Porém, algumas poucas atitudes me fizeram mudar. Ainda bem! Lembro que alguém chegou a me dizer: “Não deixe de acreditar no ser humano, dê-lhe uma chance para te mostrar que ninguém é igual”. Busquei neste conselho ver se é verdade. E é! Ainda bem que não havia me trancado no meu mundo paralelo, obscuro e cansado de sofrer.
    Pois bem, muita coisa mudou: ora para bom, ora para ruim. E quem liga? Estou cansada mesmo. É como se os conflitos me adorassem. Por mais que eu tente fugir disso, consegue me atrair. “Eu vou ali”, como sempre digo. Dar às costas e viver!

Revista Rock Meeting nº 29


Revista Rock Meeting Nº 28