A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

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Imagem capturada da internet


       Chega um período da sua vida que o silêncio é o melhor remédio e o ato de se afastar virou prioridade. Mas acaba esbarrando numa pergunta constante: como?
        Você olha para o passado, verifica que as situações que te perturbavam não mudaram. O mais perturbador de tudo é saber o quanto uma pessoa te faz mal, mas quando ela se aproxima e te faz um agrado qualquer parece que toda aquela angústia de outrora sumiu. Foi só um paliativo.  Aí, fica a vaga pergunta: até quando viver assim? E se questiona: isso é realmente verdadeiro? Será mesmo que preciso viver desta forma? 
         Diante destas decepções, o melhor mesmo é fugir para o seu próprio mundo e abrigar-se diante de suas asas, ao menos você tem ciência que nada ali te machucará. Nada ali te porá dúvida. Nada ali vai te fazer sentir-se mal.
      Fatigada estou. Não sei por quanto tempo posso suportar. Até acho que isso não é normal, ou estou criando um mundo que não existe, de fato. São grandes lacunas que não conseguem se manter preenchidas por muito tempo. Talvez, esquecera que o outro tem vida assim como você e a dependência dele te perturba tanto que se esquece de viver a sua própria vida... Parece que tudo gira em torno de uma pessoa e que se ela nem fala contigo parece ser o fim do mundo.
     Engraçado disso tudo, é que o mínimo da manifestação do outro parece um insulto daqueles imperdoáveis. É, pode ser um exagero sentimental.. mas fazer o quê diante disso? Sabe-se lá o que é certo. O que não está correto é a forma como está sendo visto o mundo a partir do outro. Dá a entender que a sua vida é tão insignificante que é preciso o respaldo de outrem para fazer sentido.
       Tá, não é bem assim. Foi um tanto quanto exagerado ter dito isso. Mas de uma coisa é certo, não dá para viver pensando no que o outro vai achar. Lembre-se: você tem uma vida própria, independente. Uns vão e outros permanecem. É assim. Apego. Distração. Perdão. Até compreender isso vai continuar sofrendo.

Revista Rock Meeting Nº 32