A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

Pensamentos que sufocam


       De repente acontece uma determinada situação e você fica a pensa por dias. Já se viu numa situação assim, né? Quem não?
        De repente o mundo cai sobre sua cabeça e não tem a mínima ideia do que fazer. Tantas informações, tantos fatos novos que fica difícil tomar alguma atitude e enfrentar o problema de frente. Ao invés de buscar uma solução, uns, como eu, procuram o seu lugar, ficam dentro de sua bolha, do seu mundo, se fecham, e veem o mundo a partir daquela perspectiva... longe e “livre” de qualquer intervenção que possa existir.
        Mas é chegado um tempo que, de tanto observar o que acontece e pensar sobre o assunto e de como agir a respeito, os pensamentos chegam num ponto de sufocamento, como se você não estivesse mais suportando guardar aquilo e precisa tirar tudo do coração.
      Não obstante deste anseio, o medo de criar alguma reação adversa toma conta e impossibilita uma atitude mais firme... Medo: sentimento que domina qualquer pessoa, petrifica as ações e impede o crescimento.
         Queria dar voz aos meus pensamentos e acabar com todo este tormento. É até difícil conversar sobre o que perpassa dentro da cabeça, difícil mesmo é ter coragem para chegar e falar tudo o que gostaria e esclarecer as dúvidas, que não são poucas.
         Cansei! Estou cansada destes pensamentos que me enlouquecem, que tiram o meu sono, que me afastam da vida real, que me deixam longe do mundo e fico dentro do meu próprio mundo.
          Não, não estou achando ruim me proteger dos problemas mundanos, só não queria que, o que penso, me perturbasse mais do que deveria. Enfim, enquanto não acho uma solução, continuo com estes pensamentos que embaralham mais a ideias do que ajudam a entender à natureza humana. Prefiro manter-me calada mais uma vez. 

Sentimentos confusos


          Até um dia desses estava tão bem com meus pensamentos no lugar, me preocupando com poucas coisas, aí veio um furacão de novidades para perturbar meus já loucos sentimentos. Já não queria me preocupar tanto, os meus problemas já são suficientes, porém tudo chega de uma vez para tentar testar sua capacidade de resolução.
         Distante dos problemas “naturais” aos quais todos estão prevenidos, de algum modo, como família, uma topada ou qualquer coisa assim, o ruim é quando a surpresa é do lado que você acredita que está consolidado, não há o que resolver, está certo, tudo “preto no branco”.
          No entanto, deparo-me com situações das quais nunca vivi e foi/está sendo um choque. Desde que ocorreu não paro de pensar sobre, não consigo acreditar, só faço ligações, cruzamentos, linhas, palpito, investigo... E nada, não tem sido fácil compreender.
         Apesar de tudo, esta sendo difícil compreender cada situação. Não sei por quais motivos isso chega até mim, mas as dúvidas do passado/presente parecem que resolveram ter respostas.
Penso que era melhor ter ficado na minha, mas eu estava na minha, o problema é que chegou até mim. Ninguém procura problema, num é mesmo? Mas este já era para ter sido resolvido. Já tinha dado um ponto final nele, e resolve aparecer assim e com novidade que não gostei de saber.
       Embora eu tenha procurado resolver pendências do passado, o meu medo está no presente. Passado é passado, fica lá no lugar dele, se um dia voltar, os ânimos vão estar mais calmos e poderá ser resolvido da melhor maneira. Mas e o presente? Este presente que você tanto evita, agora que você sabe que suas dúvidas tinham fundamento, como faz para resolver?
          Dei um tempo! Foi isso que fiz. Ainda estou preferindo assim. Preciso organizar minhas ideias e ver qual é o melhor caminho a seguir. Agora, prefiro me manter dentro de uma bolha, a observar tudo e tirar minhas próprias conclusões. É complicado ter que aceitar, ainda assim, são hipóteses que precisam ser tiradas a limpo.
          Eu não sei conviver no meio da mentira, das falácias, da conveniência. Preciso tirar estas dúvidas. Por hora, prefiro estar como estou... Pensando e dentro da minha bolha.
           

Revista Rock Meeting Nº 37