A Menina do Coração Tagarela

Esse coração fala demais.

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Eu nunca deveria ter saído do meu lugar

Estava tudo bem quando alguém chegou e me convenceu a sair do meu lugar. Mas eu me permiti sair, sabe? Tenho culpa nisso também. É mais culpa minha.

Imaginando que isso me faria bem, fui de cabeça e não medi os problemas que porventura pudessem acontecer.

De certo modo, fui ingênua em ter estendido a mão para este alguém que me levou a lugares que nunca fui. Agora eu não sei bem como voltar, lembro até do caminho, mas é tão turva a lembrança que estou sozinha num lugar que gostaria de estar, porém não do jeito que estou agora.

Já me culpei demais por isso. E continuo me culpando.

Estava tão bem no meu mais gélido espaço e lugar, confiante em tudo o que poderia fazer, sem que nada pudesse me afetar. O problema é que eu quis arriscar a sair do meu conforto, do meu lar e agora estou perdida diante das minhas próprias ilusões.

Como é que vou voltar para o meu lugar se o que me prende neste lugar é tão forte? Isso não pode ser tão forte a ponto de não permitir o meu retorno.

Vai ser bem difícil. Está sendo difícil. Neste primeiro dia que resolvi voltar foi o dia de me culpar. Agora já não adianta mais, preciso de uma solução. Quem sabe amanhã? Porque hoje eu sei bem qual é o meu lugar: lamentar!

É, até já penso em arrependimento diante do que já pude viver. É, acho mesmo que me arrependi. Eu realmente não sirvo para viver coisas novas, prefiro continuar no meu mundinho onde eu não possa sofrer.

Vou voltar. Está decidido! Vou voltar para o lugar de onde eu nunca deveria ter saído. Mas eu sou culpada por tudo isso estar acontecendo. Vou voltar. Eu sou culpada!

Sabe, sempre sonhei em sair do meu lugar.  Sempre quis ver o que tem além das minhas barreiras, sempre quis viver o que nunca vivi. Eu até consegui ver e viver algumas coisas, mas eu estou tão distante do meu conforto que eu já não sei mais o que pensar. Eu sou culpada por tudo isso!

“E quando eu deixarei de ser culpada?”. Quando eu voltar para o meu lugar, me trancar e não sentir mais o que sinto. Então, aí, adeus! Não quero viver mais nada. Fora do meu lugar só têm problemas, eu sofro e não quero sofrer mais. Não quero aprender mais nada. Quero distância! Fique bem longe de mim!


Revista Rock Meeting Nº 56


Sentimentos renovados



Já se sentiu num tipo de “ostracismo” das emoções? Você condenou seus sentimentos e isolou para que não lhe causasse mais problemas. Já se sentiu assim?

Por muitos anos os meus próprios sentimentos estavam no mar do esquecimento, sem qualquer oportunidade de voltar ou ser resgatado por mim.

O engraçado é que sempre foi assim, desde muito nova que minhas emoções sempre estiveram em segundo plano, pois o bem-estar do outro valia muito mais para mim. Eu me esqueci, por completo.

Houve momentos que as portas foram abertas, porém já voltava por temer tanto o que ele poderia proporcionar, no entanto, a única hora que poderia ter desfrutado mais das emoções, o impacto foi tão forte que voltar para o seu refúgio foi o mais acertado diante das circunstâncias.

Foram longos anos lá, adormecido, sempre com a vontade remota de tirá-lo do seu “castigo”, mas sem sucesso. Era preciso passar mais tempo, buscar mais experiência e não ter medo quando ele, finalmente, pudesse sair do seu cativeiro.

Porém algo vem mudando. Aquele coração de gelo já não é mais o mesmo. Já pulsa mais forte e acelerado, na certeza de que um dia ele vai sair deste estado inerte que se encontra.

As mudanças estão acontecendo e toda aquela amarra que havia para manter o sentimento guardado está perdendo força, a razão já não pode mais controlar. Está realmente difícil de suportar.

Eu não sei que nome se dá a toda esta modificação, mas só consigo compreender que tudo o que vem acontecendo está me fazendo sorrir novamente. Não é sorrir por fora, é sorrir por dentro. Aquela alegria que não cabe dentro de si.

Verdadeiramente os sentimentos estão sendo renovados, resolveu acordar no seu tempo. E o que vou fazer? Impedir? Não, vou deixar acontecer. A razão já não exerce sua força contra a emoção.

Estou sendo guiada para um lugar que ainda não havia visto, estou sendo guiada para um lugar que nunca vivi. Estou sendo guiada por este sentimento renovado. Estou sendo guiada. É o bastante!

Por que eu me importo tanto?

Particularmente não me lembro em qual momento da minha vida estive tão sem paciência. Eu não sei porque isso tem acontecido, mas eu sei bem o motivo pelo o qual está me deixando imensamente irritada a ponto de não ter paciência para mais nada.

Fiz algo que antes eu não faria, sabe o que fiz: deixei tudo de lado. Eu simplesmente continuo sem paciência, porém eu não vou me importar mais com o problema, apesar de ele ainda tirar meu sono, meu tempo, me deixar indignada e, claro, sem paciência.

Já devo ter falado sobre isso muitas vezes, das coisas que me deixam realmente irritada, mas esta é a primeira vez que estou há dias sem paciência alguma. Um fato novo que estou vivenciando e está sendo uma experiência, um tanto quanto, nova. É estranho, mas está acontecendo.

Gostaria de não poder sentir isso, mas são coisas da vida. Porém você só sente essas coisas por quem você realmente se importa. Eu estou cansada. É isso! Estou cansada de sacrificar-me, de deixar-me de lado, de eu ser o segundo plano sempre. Faz anos que eu me coloquei em segundo plano para priorizar quem precisa de mim. E o que eu queria? Apenas que correspondesse do modo mais simples com o que tenho feito. Me coloquei tanto em segundo plano que quando eu me vejo em evidência tenho receio, não sei lidar com as situações e volto ao “meu cantinho de segurança”.

Eu estou severamente cansada de dedicar-me tanto para os outros. E quando chegará a minha vez? Sei lá. Já vivo há tantos anos assim, nesta configuração, que já me adornei a este modo de vida. Mudar? Sei lá. Estou tão irritada que não consigo pensar em mudança.

Agora preciso acalmar os pensamentos, apaziguar o coração e tentar ver da melhor maneira possível.

Certa vez, naqueles biscoitos da sorte, eu li “você fará mudanças para melhor”, assim espero.